terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Ditadura e os Vermelhos

Geralmente uma abordagem desse período no Brasil tende a ser tendenciosa, eu diria, profícua no sentido propagandista de toda a esquerda no Brasil. Há de se fazer um balanço ajustado sobre este período com os prós e os contras medidos na balança desta misérrima república a qual crescemos e vivemos.

Dizer simplesmente que foi uma ditadura não basta. Afinal, não foi a única ditadura de nossa república tampouco foi a mais sanguinária. Há pessoas que falam mal de nosso período militar mas cultuam homens de personalidades duvidosas como Stalin, Fidel e Che Guevara. Deve-se notar o apoio à classe média, ao ensino tecnicista (mesmo que mal planejado, o que gerou muitas perdas na nossa educação) e o boom editorial (ainda que dado a interesses pouco louváveis).

Quando refletimos sobre a repressão ao comunismo, vemos a principal característica deste chamado "sistema de governo": trabalhar incansavelmente para um estado opulento onde apenas um domina os "comuns". Ora, tratar democraticamente alguém cujo principal foco é tomar as riquezas de um estado para si em nome dos "comuns" é a mesma coisa que levar porrada na cara e dizer que foi "sem querer".

Os partidos de esquerda provaram-se no Brasil os verdadeiros aduladores da miséria de nosso povo. Pregam o benefício fácil dos pobres através da espoliação dos trabalhadores, ou seja, aqueles que lutam para ganhar o pão. Ao invés de investir em políticas públicas de habilitação para os menos favorecidos, tratam de de doutriná-los para uma luta contra o próprio povo, promovendo a desunião e dificultando as relações sociais entre os mesmos. Ao invés de uma educação de ponta, os partidos de esquerda exploram a necessidade dos mais humildes dando-lhes pequenas doses de sobrevivência. A cultura do "pelo menos" é um grande atrativo dos partidos de esquerda; O mérito, requisito indispensável para um povo saudável e empreendedor, não é algo muito atrativo. Aliás, para a esquerda os pobres só precisam comer.

Comer e votar.

Portanto, se há dignidade ainda no valor humano e se podemos ainda usar da pouca liberdade que ainda hoje nos é assegurada, temos de nos voltar contra aqueles que vêem na miséria de nossa gente um atrativo eleitoral. Não falo apenas dos comunistas mas de todos os que assim procedem pois tratar o povo brasileiro como manobra de poder é no mínimo um desperdício, no máximo, um genocídio.

Enquanto debatemos sobre um país mais próspero e mais justo, o presente governo seduz com mesquinhez os jovens que estão em processo de formação intelectual e os humildes que agradecem à falsa generosidade.
Se hoje atravessamos um período de crise sem procedências, temos de nos lembrar que este povo é sim empreendedor e que muitas vezes já provou o seu valor, não devendo em nada para os povos que estão sendo melhores representados na Europa.

A cada 4 anos uma luz de esperança acende nos olhos deste povo mas esta luz vem da avareza partidária e dos interesses escusos daqueles que financiam nossos governantes. Enquanto o Brasil não prezar pela excelência, será sempre um país, não em desenvolvimento – pois este é falso – mas um celeiro inesgotável de mazelas oriundas de más políticas oportunistas. Este foi o país que se criou, não em 1964, mas um tanto antes. Perdemos tudo quando deixamos que os partidos políticos tomassem a chefia de estado para si no primeiro golpe da história brasileira.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Novalis - Hinos Para a Noite


Certa vez, quando derramava lágrimas amargas, que minha esperança, dissolvida na dor, se esvaía, e eu permanecia só sobre uma colina estéril que em seu contorno escuro, baixo, ocultava a desvanecida forma de minha Vida; só como ninguém jamais havia sido, tocado por uma angústia indescritível, privado de forças, e nada mais restava exceto a consciência da miséria; - enquanto olhava ao meu redor em busca de socorro; não podia avançar nem retroceder, e enfraquecido com a perda, extinguí minha vida com uma saudade sem fim; então surgiu das distâncias azuis, das profundezas de meu júbilo passado, uma chuva brilhante, crepuscular; e num só momento romperam-se as amarras do nascimento, os grilhões da Luz. Ao longe fugiu a glória da Terra, e com ela meus lamentos. A tristeza fluiu num mundo novo e inescrutável. Tu, ó inspiração da Noite, Sono celestial, viestes sobre mim. O local elevou-se suavemente, e acima pairou meu espírito recém-nascido, ilimitado. A colina tornou-se uma nuvem de poeira e envolveu-me, e na nuvem vislumbrei a glorificada face de minha Amada. Em seus olhos jazia a eternidade. Apertei suas mãos e minhas lágrimas tornaram-se um laço ardente e indestrutível. Milhares de anos fluíram ao longe nas distâncias do relâmpago e da tempestade. Em seu dorso eu saudei a nova vida com lágrimas e êxtase. Jamais tive tal sonho novamente; desde então e para sempre eu mantenho uma fé eterna e inabalável no Céu da Noite; e em seu sol, a Amada.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

173 anos do Falecimento de D. Pedro I*




"Transformar em realidade o sonho de independência de Tiradentes, mantendo o país unido, não foi obra fácil. A comemoração dos 170 anos de nossa Independência, neste mês de setembro (1992), é uma boa oportunidade para revermos a ótica unidimensional e não raro distorcida com que é freqüentemente apresentado o personagem principal daquele 7 de Setembro de 1822 Pedro I.

Sua história tem o fascínio dos romances dos cavaleiros andantes, daqueles que em sua passagem abrem novos horizontes e criam novos mundos. O nascimento, em 1798, na sala Dom Quixote, do Palácio de Queluz, próximo a Lisboa, era já prenúncio de suas múltiplas andanças. Muito jovem ainda, com apenas nove anos, atravessou o Atlântico junto com sua família, que transmigrou para o Brasil por sábia decisão de seu pai, o futuro Dom João VI. Foi criado no bairro de São Cristóvão, em contato direto com todos os segmentos da sociedade. Conheceu o povo de alto a baixo. Assim, aprendeu a amar a nova terra e a se fazer querido junto à população.

Mas, afinal, quem foi Dom Pedro I?

A História oficial tem sido parcial em seus registros. Prefere a superfície à substância. O retrato que nos mostra não é de corpo inteiro. Com freqüência, acentua o lado impulsivo, apaixonado e por vezes autoritário de Pedro I, como se sua figura histórica não passasse de um monte de emoções desconexas. Costuma deixar de fora quase tudo que ultrapassa sua dimensão romântica. Pouco se fala do homem que se identificou abertamente com as idéias liberais de seu tempo, a ponto de ser contra a escravidão e a favor do trabalho assalariado, por entender que o instituto servil corrompia não só o escravo mas, também, o senhor; do músico, que teve uma abertura sua regida pelo grande Rossini; do general de gênio, que soube conduzir brilhantemente a campanha constitucionalista contra Dom Miguel, seu irmão absolutista, e do legislador, que deixou sua marca em duas dentre as primeiras cartas constitucionais adotadas no mundo, a nossa e a portuguesa.

Pedro I foi também e muito marcado pelo signo da dualidade. Ao se fazer esta afirmação, não se quer desculpá-lo, mas, sem ter isto claro, é impossível compreender o modo como atuou em nossa história. Foi, de fato, política, geográfica e até fisicamente dividido. No plano político, ele sofreu os efeitos de ter sido criado na tradição absolutista portuguesa e de ter feito uma opção constitucional. Na geografia, um oceano separava o Brasil de Portugal. As implicações geopolíticas eram claras, trazendo à tona a dificuldade, se não a impossibilidade de manter os dois países unidos. Fisicamente, nem mesmo a morte livrou Pedro I da dualidade. Seu coração está depositado em Portugal, e os ossos foram trazidos para sua outra pátria, o Brasil, mais precisamente para a cidade de São Paulo.

Se ele, por vezes, errava no varejo, nunca se equivocou no atacado. Nos grandes momentos de sua vida, soube fazer a opção correta. Nunca se prestou à inglória tarefa de tentar fazer retroceder os ponteiros da História. Caminhou e ajudou a caminhar na direção certa.

Foi assim no memorável dia do Fico, em que não fugiu à responsabilidade, em que não se omitiu perante a terra que o acolhera em plena adolescência e juventude. Assim foi quando preferiu proclamar nossa independência a reduzir o Brasil novamente à humilhante condição de colônia, como queriam as cortes portuguesas. Foi assim quando preferiu aceitar o princípio da limitação do poder real a continuar nas vias tortuosas do absolutismo. Assim foi quando preferiu abdicar, em 1831, a jogar o Brasil numa provável guerra civil. E foi assim, ainda uma vez mais, quando não titubeou em dar combate armado ao absolutismo de seu próprio irmão para que a Constituição portuguesa não se transformasse num pedaço de papel rasgado.

Mas este homem, que homenageamos a cada 7 de setembro, fez muito mais do que simplesmente proclamar nossa independência. Empenhou-se em construir instituições que pudessem dar solidez à nova nação que surgia no concerto das demais. Refiro-me aqui a um capítulo muito especial da biografia de Pedro I: a Constituição que nos legou. Visões simplistas preferem desmerecê-la por ter sido outorgada e não promulgada. Este, entretanto, não é o cerne da questão. O que importa saber, a respeito de qualquer texto constitucional, é se ele dispõe de instrumentos eficazes na cobrança de responsabilidade e de punição dos desmandos perpetrados pelos governantes de um país, vale dizer, por aqueles cuja obrigação é defender e resguardar o interesse público. É isto que separa o faz-de-conta da coisa séria. Foi certamente por reconhecer que nossa Carta Imperial dispunha desses dispositivos que o insuspeito Afonso Arinos afirmou ter sido ela a melhor Constituição que o país já teve.

O momento histórico ora vivido por todos nós deixa à mostra as feias entranhas da República. A ausência de regras ágeis para administrar as crises comprova, mais uma vez, sua incompetência institucional. As distorções são de tal ordem que muitos aceitam o engodo de que é preciso em cartório a culpa do presidente. Esquecem que governo é questão de confiança. Uma vez perdida a confiança, o governo, o gabinete, não teria mais como sobreviver.

Os países mais avançados do mundo atual não abrem mão deste princípio. Afinal, poder bom é poder fiscalizado e prontamente punido, quando necessário. Nossa Constituição Imperial, ao admitir a dissolução da Câmara dos Deputados, com a convocação imediata de novas eleições, permitia a rápida e incruenta destituição dos maus governos. Este dispositivo eliminava, no nascedouro, os malefícios que tais governos certamente causariam e operacionalizava, com um século de antecedência, proposta semelhante desenvolvida por Karl Popper como sendo a única realmente capaz de preservar o interesse público. Em poucas palavras: o povo tinha vez e voz. Assim o fazia porque dele não tinha medo. E não tinha medo do povo porque colocava o interesse público em primeiro lugar requisito básico para que um país dê certo.

No combate à corrupção, a lei de 15 de outubro de 1827 dá testemunho das preocupações de Pedro I com o tema. Era uma lei draconiana na responsabilização dos ministros, secretários de Estado e conselheiros por crimes contra a coisa pública. A punição exemplar era regra, que a corrupta prática republicana brasileira jamais quis seguir. E somente a certeza da total impunidade reinante explica o completo descalabro a que chegamos."

*Gastão Reis Rodrigues Pereira, Publicado no Jornal do Brasil, setembro de 1992.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

É PRECISO PARAR DE MENTIR!*

É preciso parar de mentirA ministra Dilma quer mesmo ser candidata à Presidência da República? Deve começar por não mentir. Sei que ela pode dizer que a mentira rende e que o meu conselho é desmentido pelos fatos. É que sou um moralista. Não um político. A CPMF é paga pelos quase 200 milhões de brasileiros, sim! E o imposto incide muitas vezes sobre o mesmo dinheiro. Dilma, na juventude, estava empenhada em mudar o regime e não deve ter estudado matemática. Querem a prova?Quanto o governo espera arrecadar com a CPMF de 0,38%? Algo em torno de R$ 40 bilhões, certo? Vamos fazer uma regra de três?Se R$ 40 bilhões correspondem a 0,38%, que valor corresponderia a 100%?Assim ensinou a nossa professorinha:

R$ 40.000.000.000,00 = 0,38%

x = 100%

Multiplica-se em cruz e faz-se a divisão:
0,38x = R$ 40.000.000.000,00 X 100x =----4.000.000.000.000,00_________________________ ----.............. 0,38

x = 10.526.315.789.473,68

E você chegará à conclusão, leitor amigo, que os R$ 40 bilhões correspondem à aplicação da alíquota de 0,38% sobre, atenção!: R$ 10.526.315.789.473,68.

Se você tiver dificuldade de ler, eu ajudo: dez trilhões, quinhentos e vinte e seis bilhões, trezentos e quinze milhões, setecentos e oitenta e nove mil, quatrocentos e setenta e três reais e sessenta e oito centavos.É isso aí. A CPMF incide no correspondente A QUASE CINCO PIBs BRASILEIROS em um único ano. Eis aí! Trata-se da prova material, escancarada, evidente, de que o imposto tributa muitas vezes um mesmo dinheiro e de que TODOS PAGAM, ministra Dilma. E muitas vezes.

*Créditos atribuidos ao amigo monarquista Jean Tamarazo.

Edgar Allan Poe - O Retrato Oval


O castelo em que o meu criado se tinha empenhado em entrar pela força, de preferência a deixar-me passar a noite ao relento, gravemente ferido como estava, era um desses edifícios com um misto de soturnidade e de grandeza que durante tanto tempo se ergueram nos Apeninos, não menos na realidade do que na imaginação da senhora Radcliffe. Tudo dava a entender que tinha sido abandonado recentemente. Instalámo-nos num dos compartimentos mais pequenos e menos sumptuosamente mobilados, situado num remoto torreão do edifício. A decoração era rica, porém estragada e vetusta. Das paredes pendiam colgaduras e diversos e multiformes trofeus heráldicos, misturados com um desusado número de pinturas modernas, muito alegres, em molduras de ricos arabescos doirados. Por esses quadros que pendiam das paredes - não só nas suas superfícies principais como nos muitos recessos que a arquitectura bizarra tornara necessários - , por esses quadros, digo, senti despertar grande interesse, possivelmente por virtude do meu delírio incipiente; de modo que ordenei a Pedro que fechasse os maciços postigos do quarto, pois que já era noite; que acendesse os bicos de um alto candelabro que estava à cabeceira da minha cama e que corresse de par em par as cortinas franjadas de veludo preto que envolviam o leito. Quis que se fizesse tudo isto de modo a que me fosse possível, se não adormecesse, ter a alternativa de contemplar esses quadros e ler um pequeno volume que acháramos sobre a almofada e que os descrevia e criticava.Por muito, muito tempo estive a ler, e solene e devotamente os contemplei. Rápidas e magníficas, as horas voavam, e a meia-noite chegou. A posição do candelabro desagradava-me, e estendendo a mão com dificuldade para não perturbar o meu criado que dormia, coloquei-o de modo a que a luz incidisse mais em cheio sobre o livro.Mas o movimento produziu um efeito completamente inesperado. A luz das numerosas velas (pois eram muitas) incidia agora num recanto do quarto que até então estivera mergulhado em profunda obscuridade por uma das colunas da cama. E assim foi que pude ver, vivamente iluminado, um retrato que passava despercebido. Era o retrato de uma jovem que começava a ser mulher. Olhei precipitadamente para a pintura e acto contínuo fechei os olhos. A principio, eu próprio ignorava por que o fizera. Mas enquanto as minhas pálpebras assim permaneceram fechadas, revi em espírito a razão por que as fechara. Foi um movimento impulsivo para ganhar tempo para pensar - para me certificar que a vista não me enganava -, para acalmar e dominar a minha fantasia e conseguir uma observação mais calma e objectiva. Em poucos momentos voltei a contemplar fixamente a pintura.Que agora via certo, não podia nem queria duvidar, pois que a primeira incidência da luz das velas sobre a tela parecera dissipar a sonolenta letargia que se apoderara dos meus sentidos, colocando-me de novo na vida desperta.O retrato, disse-o já, era de uma jovem. Apenas se representavam a cabeça e os ombros, pintados à maneira daquilo que tecnicamente se designa por vinheta - muito no estilo das cabeças favoritas de Sully. Os braços, o peito, e inclusivamente as pontas dos cabelos radiosos, diluíam-se imperceptivelmente na vaga mas profunda sombra que constituía o fundo. A moldura era oval, ricamente doirada e filigranada em arabescos. Como obra de arte, nada podia ser mais admirável que o retrato em si. Mas não pode ter sido nem a execução da obra nem a beleza imortal do rosto o que tão subitamente e com tal veemência me comoveu. Tão-pouco é possível que a minha fantasia, sacudida da sua meia sonolência, tenha tomado aquela cabeça pela de uma pessoa viva. Compreendi imediatamente que as particularidades do desenho, do vinhetado e da moldura devem ter dissipado por completo uma tal ideia - devem ter evitado inclusivamente qualquer distracção momentânea. Meditando profundamente nestes pontos, permaneci, talvez uma hora, meio deitado, meio reclinado, de olhar fito no retrato. Por fim, satisfeito por ter encontrado o verdadeiro segredo do seu efeito, deitei-me de costas na cama. Tinha encontrado o feitiço do quadro na sua expressão de absoluta semelhança com a vida, a qual, a princípio, me espantou e finalmente me subverteu e intimidou. Com profundo e reverente temor, voltei a colocar o candelabro na sua posição anterior. Posta assim fora da vista a causa da minha profunda agitação, esquadrinhei ansiosamente o livro que tratava daqueles quadros e das suas respectivas histórias. Procurando o número que designava o retrato oval, pude ler as vagas e singulares palavras que se seguem:«Era uma donzela de raríssima beleza e tão adorável quanto alegre. E maldita foi a hora em que viu, amou e casou com o pintor. Ele, apaixonado, estudioso, austero, tendo já na Arte a sua esposa. Ela, uma donzela de raríssima beleza e tão adorável quanto alegre, toda luz e sorrisos, e vivaz como uma jovem corça; amando e acarinhando a todas as coisas; apenas odiando a Arte que era a sua rival; temendo apenas a paleta e os pincéis e outros enfadonhos instrumentos que a privavam da presença do seu amado. Era pois coisa terrível para aquela senhora ouvir o pintor falar do seu desejo de retratar a sua jovem esposa. Mas ela era humilde e obediente e posou docilmente durante muitas semanas na sombria e alta câmara da torre, onde a luz apenas do alto incidia sobre a pálida tela. E o pintor apegou-se à sua obra que progredia hora após hora, dia após dia. E era um homem apaixonado, veemente e caprichoso, que se perdia em divagações, de modo que não via que a luz que tão sinistramente se derramava naquela torre solitária emurchecia a saúde e o ânimo da sua esposa, que se consumia aos olhos de todos menos aos dele. E ela continuava a sorrir, sorria sempre, sem um queixume, porque via que o pintor (que gozava de grande nomeada) tirava do seu trabalho um fervoroso e ardente prazer e se empenhava dia e noite em pintá-la, a ela que tanto o amava e que dia a dia mais desalentada e mais fraca ia ficando. E, verdade seja dita, aqueles que contemplaram o retrato falaram da sua semelhança com palavras ardentes, como de um poderosa maravilha, - prova não só do talento do pintor como do seu profundo amor por aquela que tão maravilhosamente pintara. Mas por fim, à medida que o trabalho se aproximava da sua conclusão, ninguém mais foi autorizado na torre, porque o pintor enlouquecera com o ardor do seu trabalho e raramente desviava os olhos da tela, mesmo para contemplar o rosto da esposa. E não via que as tintas que espalhava na tela eram tiradas das faces daquela que posava junto a ele. E quando haviam passado muitas semanas e pouco já restava por fazer, salvo uma pincelada na boca e um retoque nos olhos, o espírito da senhora vacilou como a chama de uma lanterna. Assente a pincelada e feito o retoque, por um momento o pintor ficou extasiado perante a obra que completara; mas de seguida, enquanto ainda a estava contemplando, começou a tremer e pôs-se muito pálido, e apavorado, gritando em voz alta 'Isto é na verdade a própria vida!', voltou-se de repente para contemplar a sua amada: - estava morta!»

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Marcha dos Cem Mil!



É impressionante a prepotência de alguns estadistas fanáticos que acham que, em nome de sua revolução particular, podem rasgar a constituição, insultar outras nações, insultar o seu próprio povo e, tudo isso, em nome deste mesmo povo. Hugo Chaves é fruto de um regime político pouco evoluido que exalta o poder executivo em detrimento dos outros dois. O presidencialismo é uma fábrica de ditadores, sempre foi e sempre será. Todo aquele que sobe ao honroso cargo de presidente da república, quando detém o poder do estado e do governo, acha que pode salvar a pátria das garras do mal. A república cria esta falsa esperança de que, no próximo governo, tudo pode ser melhor. É no mínimo irresponsavel colocar as duas chefias, estado e governo, nas mãos de um aventureiro. O fato deste aventureiro querer rasgar a constituição de seu país, visto por este ponto de vista, é mais do que previsível.
No jornal O Globo do presente dia foi noticiado a marcha do povo venezuelano contra a ditadura de Chaves. Trata-se da reprovação da reforma constitucional que visa transformar o país em uma ditadura do século XXI, ou seja, no tal do socialismo. Socialismo este que se aproveita das mazelas do povo para praticar o que de melhor eles sabem: a escravidão. Tal manifestação mostra que o povo da Venezuela tem alguma vontade. Vontade de decidir, por suas próprias escolhas, quem poderá ser o representante da nação. Não só isto! O povo da venezuela vai as ruas porque não quer este regime que, por todos os lugares por onde passou, trouxe censura, tortura, miséria, genocídio e divisão. Basta lembrar que em nenhum regime socialista existiu democracia.
Parabens ao povo venezuelano! Será que os comunistas de plantão vão justificar esta manifestação com mais de 100.000 cidadãos de "movimento das Zelite"? Talvez digam que foram os "estadunidenses" que encomendaram a passeata. E os trouxas ainda vão concordar...
Comunista é muito generoso com o que é dos outros.
A liberdade não se compra!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O Discurso de Satã - Klinger


Leitores,

Devo admitir que não estive tão empenhado nas publicações do Cárcere neste mês de novembro. Acontece que por vezes tenho de escrever coisas que, apesar de não me darem o mesmo prazer, servem para me assegurar o período da faculdade. Enquanto estou empenhado em outras tarefas, eu não gostaria de deixar meus poucos - pouquíssimos - leitores sem textos. Então, a partir de hoje, resolvo colocar alguns textos que, se não foram escritos por mim, certamente foram escritos por mãos infinitamente mais hábeis e competentes. Fiquem com este Discurso de Klinger. Tais jóias do romantismo merecem mais atenção que estas mãos que vos tecla tantas asneiras...


- STURM UND DRANG - TEMPESTADE E ÍMPETO -


O Discurso de Satã


Príncipes poderosos, espíritos imortais, sêde bem-vindos! A volúpia me abrasa quando lanço meu olhar sobre vós, incontáveis heróis! Ainda somos aquilo que éramos outrora, ao despertarmos pela primeira vez neste inferno, ao reunirmo-nos aqui pela primeira vez. Só aqui há unidade de sentimento, só aqui todos trabalham por um único ideal. Quem impera sobre vós pode esquecer facilmente o monótono brilho do céu. Eu confesso que muito sofremos e sofremos ainda, pois o exercício de nossas forças está limitado por Aquele que temer-nos mais do que nós a Ele; mas, no sentimento de vingança que provocamos nos filhos do pó, seus fracos preferidos, ao verificarem que seus ideais são arruinados pela sua demência e seus vícios, reside o lenitivo para esse sofrimento. Vivas a todos aqueles que estão inflamados por esse pensamento!

Eis os motivos da festa que hoje pretendo realizar convosco: Fausto, um atrevido mortal, que como vós contesta o Eterno e, pela força de seu espírito, quer tornar-se digno de morar conosco no Inferno, descobriu a arte de multiplicar com facilidade milhares e milhares de vezes os livros, esse perigoso entretenimento dos homens, propagadores da demência, dos enganos, da mentira e do terror, fonte do orgulho e mãe da trágica dúvida. Até aqui, devido ao seu elevado preço, eles haviam sido privilégio dos ricos, enchendo-os de vaidade e afastando-os da simplicidade e humildade exigidas pelo Eterno, que colocara esses sentimentos em seu coração para sua felicidade. Triunfo! Em breve o perigoso veneno da sabedoria e da ciência contaminará a todos!

Loucura, dúvida, intranqüilidade e novas necessidades alastrar-se-ão, e eu duvido que meu terrível reino possa abarcar todos aqueles que serão contaminados por esse veneno sedutor. Essa seria, por enquanto, apenas uma pequena vitória em comparação com o que prevejo para um futuro remoto, que para nós representa apenas uma volta dos ponteiros. Aproxima-se o tempo em que os pensamentos e opiniões de ousados renovadores e críticos do antigo sejam contagiados pela descoberta de Fausto como pela peste. Surgirão pretensos reformadores do céu e da terra, cujos ensinamentos, pela facilidade de comunicação, atingirão até a choça do mendigo.


Eles pensarão estar serviço à humanidade e evitando que sua mensagem de salvação e esperança seja mal interpretada; mas quando e por quanto tempo é o homem capaz de praticar o bem? O homem é tentado mais facilmente a praticar abusos e más ações em nome de suas mais lídimas aspirações do que pelo pecado propriamente dito. O povo escolhido, que o Todo-Poderoso quis salvar para sempre do inferno, através de um terrível milagre, se baterá em guerras sangrentas por idéias que ninguém entende e dilacerar-se-á como os animais selvagens. Horrores que superam qualquer loucura que os homens tenham cometido devastarão a Europa.


Minhas previsões vos parecem demasiado ousadas, como vejo em vossos olhares céticos. Pois escutai: essa nova loucura será uma guerra religiosa como nunca houve igual na história dos crimes e das outras monstruosidades do homem. O fanatismo, selvagem filho do ódio e da superstição, dissolverá então por completo todos os vínculos naturais e humanos. Em nome do terror os pais matarão os filhos e os filhos matarão os pais. Reis mancharão sadicamente suas mãos com o sangue de seus súditos, fornecerão espadas a seus prosélitos mais fanáticos para que esses assassinem seus irmãos aos milhares só porque divergem de opinião. Então, a água dos rios se transformará em sangue e os gemidos de suas vítimas abalarão o próprio inferno. Acolheremos criminos carregados de culpas que nem sequer se enquadram nos castigos que aplicamos até agora. Já os vejo investindo contra o trono papal, que procura salvar a estrutura abalada através da astúcia e da mentira, enquanto ele próprio se afunda no vício e na opulência.


Os pilares da religião, tão temida por nós,se desmoronam,e, se o Eterno não socorrer a estrutura decadente através de novos milagres, ela desaparecerá da face da terra, e nós seremos novamente idolatrados nos templos como deuses. Até que ponto chegará o espírito do homem, quando ele começar a pensar sobre o que até agora tivera por sagrado? Ele dançará sobre o túmulo do tirano, diante do qual tremera ainda ontem; arrasará o altar no qual fizera sacrifícios no momento em que procurar, à sua maneira, o caminho da felicidade. Quem poderá algemar seu espírito irrequieto por milhares de anos? Poderá o Criador impedir que um único homem se aproxime muito mais do nosso reino do que do seu, só porque o criou? O homem abusa de tudo, da força de seu espíritoe de seu corpo; de tudo o que ele vê, ouve, prova, sente e pensa, daquilo com que se diverte ou daquilo com que se ocupa seriamente. Não satisfeito em destruir e desfigurar aquilo que está ao seu alcance, deixa-se levar pelas asas da fantasia a mundos desconhecidos, desfigurando-os em sua imaginação. O homem é capaz de trocar até mesmo a liberdade, seu mais precioso bem, que lhe custou rios de sangue, por ouro, prazer e ilusões, quando mal chegou a conhecê-la. Incapaz de praticar o bem, treme diante do mal, acumula terror sobre terror para afugentá-lo e destrói assim scansará por um momento, e o ódio se manifestará apenas secretamente. Alguns valer-se-ão desse ódio para, em nome da verdade, se vingarem daqueles que discordem de sua fé, queimando-os em fogueiras. Outros procurarão desvendar os mistérios e enigmas indecifráveis, e os filhos das trevas lutarão ousadamente pela busca da luz. Sua fantasia inflamar-se-á para criar milhares de novas necessidades. Para escrever um livro que lhes traga fama e ouro, não hesitarão em pisotear a verdade, a simplicidade, e a religião.

Escrever livros tornar-se-á ofício vulgar, através do qual gênios e charlatões procurarão glória e riqueza, sem preocupar-se com a confusão que irão causar na mente de seus irmãos e o germe do ódio que irão incutir nos inocentes. O céu, a terra e Aquele que tememos, as forças ocultas da natureza, os motivos obscuros de todos os fenômenos, o poder que determina o rumo dos astros e dos cometas, o tempo incomensurável, tudo o que é visível e invisível os homens pretenderão provar, medir, compreender, inventar palavras e números para as coisas inexplicáveis, acumular sistema sobre sistema, até que tenham conseguido atrair as trevas para a terra, onde soa dúvida brilhará, como o fogo-fátuo que atrai o peregrino para o pântano. Só neste momento pensarão estar vendo a luz, e neste momento estarei à sua espera! Quando se tiverem descartado da religião, como se fosse lixo, e forem obrigados a criar dos restos mefíticos uma nova e monstruosa mistura de sabedoria e superstição, então estarei à sua espera! Podereis abrir então as portas do inferno para receber o gênero humano! O primeiro passo já foi dado, e o segundo está próximo. Está por acontecer mais uma terrível revolução sobre a face da Terra. Eu me reporto a ela só de passagem. Logo, os habitantes do mundo antigo descobrirão novas terras, até aqui desconhecidas. Com fanatismo religioso, lá estrangularão milhares de inocentes para se apoderarem do ouro, a que estes não dão importância. Encherão esse novo mundo com todos os seus vícios e trarão para os velhos vícios mais abomináveis ainda. Assim, povos que por sua inocência e ignorância, até então haviam sido poupados por nós, serão nossas vítimas. Durante séculos, derramarão sangue sobre a face da Terra em nome Daquele que tememos, e assim o inferno derrotará Aquele que nos jogou aqui, valendo-se de seus próprios favoritos.


Era isso, poderosos, o que eu tinha a dizer-vos. Festejai comigo este maravilhoso dia e desfrutai antecipadamente a vitória que posso prometer-vos, porque conheço os homens. Viva a Fausto!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Como Capturar Porcos Selvagens...

Você sabe como capturar porcos selvagens?

Havia um professor de química em um grande colégio com alunos deIntercâmbio em sua turma. Um dia, enquanto a turma estava no laboratório, o professor notou um jovem do intercâmbio que continuamente coçava as costas e se esticava como se elas doessem.O professor perguntou ao jovem qual era o problema. O aluno respondeuQue tinha uma bala alojada nas costas pois tinha sido alvejado enquanto lutava contra os comunistas de seu país nativo que estavam tentando derrubar seu governo e instalar um novo regime, um "outro mundo possível".No meio da sua história ele olhou para o professor e fez uma estranhapergunta: "O senhor sabe como se capturam porcos selvagens?"O professor achou que se tratava de uma piada e esperava uma respostaengraçada. O jovem disse que não era piada.

“Você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado na floresta ecolocando algum milho no chão. Os porcos vêm todos os dias comer o milho gratuito. Quando eles se acostumam a vir todos os dias, você coloca uma cerca mas só em um lado. Quando eles se acostumam com a cerca, voltam a comer o milho e você coloca um outro lado da cerca.Mais uma vez eles se acostumam e voltam a comer. Você continua desseJeito até colocar os quatro lados da cerca em volta deles com uma porta no último lado. Os porcos que já se acostumaram ao milho fácil e às cercas, começam a vir sozinhos pela entrada. Você então fecha a porteira e captura o grupo todo.""Assim, em um segundo, os porcos perdem sua liberdade. Eles ficamCorrendo e dando voltas dentro da cerca, mas já foram pegos. Logo, voltam a comer o milho fácil e gratuito. Eles ficaram tão acostumados que esqueceram como caçar na floresta, e por isso aceitam a servidão." O jovem então disse ao professor que era exatamente isso que ele viaacontecer no seu país. O governo ficava empurrando-os para o comunismoe o socialismo e espalhando o milho gratuito na forma de programas deauxílio de renda, bolsas isso e aquilo, impostos variados, estatutos de "proteção",cotas para estes e aqueles, subsídio para todo tipo de coisa, pagamentos para não plantar, programas de "bem-estar social", medicina e medicamentos "gratuitos", sempre e sempre novas leis, etc., tudo ao custo da perda contínua das liberdades, migalha a migalha.Devemos sempre lembrar que "Não existe esse negócio de almoço grátis" e também que "não é possível alguém prestar um serviço mais barato do que seria se você mesmo o fizesse".

Trancaram a porteira! tsc tsc tsc

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Soberano e o Tirano

Gostaria de registrar neste blog a minha imensa satisfação com o episódio ocorrido no Encontro de países Íbero-Americanos onde viu-se uma demonstração não apenas de democracia mas de civilidade por parte do Rei Don Juan Carlos e seu Premier Zapatero. Como é gritante a diferença entre uma nação soberana e democrática e outra mergulhada nas trevas da ditadura. Infelizmente sei que esta lição não servirá de exemplo para países que seguem o mesmo caminho que segue a venezuela, no caso, o meu Brasil.

Sim, falei de civilidade. Por falta de um regime desenvolvido, os ditadores sul-americanos entendem que devem os cidadãos se submeter a todo o tipo de escárnio enquanto deveria ser o contrário: Os estadistas deveriam representar os cidadãos com dignidade e sabedoria frente aos outros povos. Verdadeiras democracias comportam-se de maneira civilizada, respeitando o direito de oposição. Falsas democracias demonizam qualquer tipo de oposição, fazendo valer a vontade do "presidente" como a verdade absoluta.

Com qual propriedade e direito tem o ditador da Venezuela de chamar qualquer representante da nação espanhola de Fascista?! Seria ele um mártir que lutara pela liberdade de seu povo? Como pode alguém com vontades tão obscuras representar uma nação livre em pleno Sec. XXI? Será mesmo a Monarquia Constitucional adotada na Espanha que é um regime atrasado?

Costumo dizer que a República dá o seu preço. Em sua fórmula mais primitiva - a presidencialista - não é nada mais do que uma fábrica de ditadores: Hitler, Francisco Franco, Salazar, Hugo Chaves, Lenin/Stalin, Mao Tse-Tung, Fidel Castro...todos levantaram sobre suas bandeiras sob o gorrete da república! Como um Chefe de Estado - MONARCA - faz diferença!!!

Parabens D. Juan Carlos por proteger os interesses de sua nação com dignidade, sabendo impor a sua ordem! Parabens Sr. Zapatero, premier espanhol, por defender bravamente a vontade inviolável de seu povo frente a um ditador!

Vergonha dos estados que querem imputar em seu povo a falácia do "Socialismo do sec. XXI". Infelizmente esta moda está enraizada na cabeça dos nossos governantes...

Tenho vergonha do nosso presidente. Como pode ele dizer que o camarada Hugo Chaves estava certo?! Dizer que a Venezuela é um país democrático é, desculpe o leitor, SACANAGEM!

Quem protege ditador não pode ter boas intenções! Já está provado que o nosso presidente NÃO é inocente! Já que não podemos ser civilizados como a Monarquia da Espanha, temos de agir como selvagens: QUERO O EXÉRCITO JÁ! Se é para esperarmos uma ditadura, prefiro a militar! Joguemos o jogo dos estúpidos! Pois que seja assim...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mais uma vez, tenho de vir para intervir nestes assuntos de caráter socialistas! Devo confessar que isso cansa...Pois tudo o que é impróprio é cansativo. E o Socialismo é o próprio cansaço.

Chaves está escrevendo uma história negra para o seu país. Uma história de um tirano medíocre que, para o seu próprio proveito, toma a liberdade de uma nação. O Plebiscito será fajuto. Antecipado para evitar as discussões necessárias para se fazer reformas constitucionais em uma Nação. Ora, o que é importante para uma nação DEVE ser discutido por TODOS. Mas, infelizmente, este povo está fadado às mazelas no jogo cruel do "socialismo do Sec. XXI".

A História de um homem que, por suas convicções totalitárias, quer destruir um povo, destruir suas diretrizes para o progresso. Em nome do SOCIALISMO, o futuro de milhões de crianças será ceifado pela foice e pelo martelo! Infelizmente são as próprias mazelas que fazem o povo trocar a liberdade, seu mais precioso bem, pelas falácias de um ditador! Ganha-se um prato de comida junto com um par de algemas...Enquanto isso, todos sustentam os poderes infinitos de um homem que detem todas as chefias em suas mãos: Estado e Governo. Trata-se de uma questão de ética plena:

- Deve um só homem ter o direito de deter o poder ABSOLUTO do estado de maneira a conduzir, conforme seu ímpeto, os destinos de sua nação e cidadãos?!
- Deve este "estadista" submeter todas as forças institucionais para assim, poder operar sem limites a máquina pública e fazer dela seu próprio altar?!
- Deve o Ilustre governante, calar forçosamente as palavras de todos os que minimamente denunciam as suas intenções, no mínimo, duvidosas sobre o controle do seu país?!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

CAPITALISMO: O BODE EXPIATÓRIO

Passeando pelo orkut, reparei que uma menina pôs em seu álbum uma foto de um menino faminto na África, intitulou a foto "Capitalismo: veja o que você fez." Fiquei com um misto de indignação e tristeza. Indignação por alguém fazer uma acusação totalmente falsa do capitalismo, e triste por notar que as pessoas têm uma idéia completamente equivocada do capitalismo. Acho que para entender esta situação, primeiro temos que detectar e esclarecer dois pontos que são muito comumente confundidos: "Capitalismo" e "Direita".
O primeiro erro é confundir capitalismo com ganância. Capitalismo é definido como "um sistema de organização de sociedade baseado na propriedade privada dos meios de produção e propriedade intelectual, e na liberdade de contrato sobre estes bens (livre mercado)." O capitalismo é um sistema econômico, não político. Se você compra e vende produtos ou se fornece serviços mediante acordo de preços entre as partes, fique certo que você é capitalista! Se você é musico e quer receber direitos autorais pelo seu trabalho, você é capitalista! Enfim, somos todos capitalistas, queiramos ou não. Na verdade as pessoas querem dizer que são contra a ganância. Este defeito não é exclusividade do capitalismo, ele faz parte da índole do ser humano e está presente também no socialismo, ditadura, trocas, escambo, etc.
O segundo erro é confundir governos de "direita" com ditadura e opressão. A diferença entre direita e esquerda pode ser simplificada seguinte forma: governos de esquerda têm uma máquina estatal grande, arrecadando impostos pesados para financiar seus programas assistencialistas e "tomar conta" da população. Já o governo de direita é aquele prefere arrecadar menos impostos e deixar o mercado livre, ajustando-se naturalmente com a interação entre os cidadãos. Como podemos ver, na verdade, a ditadura é uma forma de governo autoritário, moldado na ideologia esquerdista, e que procura controlar a nação à força, e julga saber escolher o que é bom ou ruim em nome dos cidadãos. A história tem nos mostrado que todos os governos que pretendem "tomar conta" do povo acabam se tornando enormes máquinas reacionárias, enferrujadas, caras, demoradas, e ineficazes. Já os governos mais brandos, que deixam o mercado se ajustar, têm resultados práticos muito mais sólidos e benevolentes. Erroneamente, e infelizmente, as pessoas acabaram batizando a ditadura de "direita".
Com isso em mente, podemos agora ver a incrível MERDA que a menina do orkut afirmou. A criança faminta na África não tem nada a ver com o sucesso do capitalismo. Isso seria o mesmo que culpar o sucesso do Chile pela miséria na Rocinha! Ou culpar Johnny Depp pelo fracasso das bilheterias nacionais! A verdade é que os governos autoritários africanos, com um histórico terrível de abuso de poder e corrupção, além do baixíssimo nível de educação da população por causa da falta de interesse dos governantes gananciosos, são os verdadeiros motivos pela miséria do continente. Basta ver os resultados de uma pesquisa sobre a correlação entre corrupção e pobreza que demonstra a presença de TODOS os paises Africanos, com exceção de dois deles, entre os mais corruptos do mundo. Já era de se imaginar que o resultado desta corrupção desenfreada seria miséria e falta de perspectiva econômica.
Outra pesquisa recente mostra a correlação entre liberdade econômica e prosperidade. Quanto mais livre o país (menos regulamentações, legislações trabalhistas, e etc.), mais prosperidade e igualdade. Os países mais livres economicamente são: Hong Kong, Cingapura, Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Suiça e Canadá. Interessante é saber que todos estes 10 paises têm uma prosperidade invejável e igualdade social exemplar! Entre os menos livres estão Cuba, Coréia do Norte, Irã, Venezuela, e praticamente TODA a África. Não coincidentemente, estes também são países com terrível miséria. Nosso querido Brasil está na septuagésima posição. Agora temos que decidir qual direção o Brasil quer tomar; mais liberdade rumo aos resultados do Canadá, Suiça e EUA, ou menos liberdade, caminhando lado a lado com a Venezuela, Cuba e Irã.
Depois de tudo isso, as pessoas ainda culpam o capitalismo e o sucesso dos EUA, Alemanha ou Inglaterra pelas mazelas do mundo. Será que não enxergam que a correlação é mais clara que imaginamos? Não notam que onde há maior liberdade econômica e onde o capitalismo é mais bem aplicado, os países têm melhores resultados e mais igualdade? É exatamente nos paises com governos de esquerda radical que a desigualdade é chocante.
O capitalismo não é o demônio do mundo globalizado, ele é a salvação para aqueles que buscam prosperidade e justiça. Ou alguém aqui contesta os resultados de Hong Kong, Cingapura, Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Suiça e Canadá?

Autor: Leandro Parente

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

MÚSICA NO MUSEU: PROJETO E PROGRAMAÇÃO

Poucos sabem mas existe há 10 anos na cidade do Rio de Janeiro um projeto de música erudita/popular que reúne um concerto para cada dia do mês nos principais museus e centros culturais da cidade. O Projeto chama-se MÚSICA NO MUSEU e é importante ressaltar que todas as apresentações são gratuitas, o que excita a curiosidade daqueles que nunca tiveram contato com este tipo de produção. A única contramão fica por conta do horário: Os concertos, em grande maioria, são realizados pelo período da tarde, ou seja, horário no qual os ouvintes estão em seus devidos empregos e estudos. Foi pensando nestes que o MÚSICA NO MUSEU promove concertos também para os fins de semana. Segue em anexo a relação de todos os museus que fazem parte do projeto:

• Museu Nacional de Belas Artes• Museu da República• Museu Histórico Nacional• Museu Nacional da UFRJ (Quinta da Boa Vista)• Museu da Chácara do Céu• Museu do Açude• Parque das Ruínas• Biblioteca Nacional• Museu Internacional de Arte Naïf do Rio de Janeiro• MAM-Museu de Arte Moderna• Casa Franca-Brasil• Casa de Cultura Laura Alvim• Museu do Rádio Roberto Marinho• Espaço Cultural da Marinha• Museu Histórico do Exército (Forte de Copacabana)• Museu Militar Conde de Linhares• Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa• Centro Cultural Telemar (ex Museu do Telefone)• Museu da Cidade• Memorial Getúlio Vargas• Centro Cultural Light• Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro• Museu H. Stern• Espaço Furnas Cultural• Palácio Itamaraty• Palácio São Clemente (ex Embaixada de Portugal) • Museu do Ingá (Niterói) • Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro• Museu Naval• Centro Cultural Cândido Mendes • Mosteiro de São Bento
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Para o mês de novembro, teremos homenagens para artistas brasileiros de talento. Com a palavra, o diretor de MÚSICA NO MUSEU:

"A programação de novembro reúne os concertos emblemáticos da Série escolhidos pelo público através do site do projeto. Inicia - se com Turíbio Santos (que abriu Música no Museu em 1997) no Paço Imperial, o novo espaço da Série e encerra-se com a OSB - Jovem no dia 30 na Sala Cecília Meireles. Apresenta, entre outros, Arthur Moreira Lima, Roberto de Regina, Lilian Barreto, João Carlos Assis Brasil, Yamandú Costa, Paulo Bosísio, Leo Gandelman, Maria Teresa Madeira, Luís Senise, Coral Brasil Ensemble, da UFRJ, Sacra Vox, Trio Mignone, Jocy de Oliveira Ensemble, e jovens ganhadores de prêmios como Sylvia Theresa, Mariana Spoladore, Luis Gustavo Carvalho (vindo especialmente de Paris), Luciano Magalhães e Marcelo Thys (recém chegados do Japão) entre outros.
A cada concerto homenageará um compositor brasileiro, entre eles, Alberto Nepomuceno, Alceu Bochino, Antonio Weiss, Camargo Guarnieri, Cláudio Santoro,Edino Krieger, Ernane Aguiar, Francisco Mignone , Guerra Peixe, Jocy de Oliveira, josé Guilherme Ripper, José Siqueira, Leopoldo Miguez, Marlos Nobre, Nicanor Teixeira, Radamés Gnatalli, Roberto Macedo, Ricardo Tacuchian, Ronaldo Miranda, Tom Jobim, Villani-Côrtes e Villa-Lobos, naturalmente.
Além disto, atrações internacionais-músicos da Itália e do Panamá- apresentam-se no decorrer do mês.Com isto Música no Museu comemora os seus 10 anos realizando, em novembro, 41 concertos no Rio de Janeiro e mais 8 nas outras cidades, totalizando no ano, até este mês, 472 concertos e assim já caminhando para superar a marca de 500, um novo record."
Sérgio da Costa e Silva- Diretor de Música no Museu
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Segue abaixo os links para a homepage e programação de novembro/2007:

www.musicanomuseu.com.br

www.musicanomuseu.com.br/nov07.htm

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eleições de 2010 e Copa do Mundo 2014

Foi confirmada no último dia 29, em definitivo, a conquista do Brasil em sediar a Copa do Mundo de 2014. Sem dúvida esta é uma boa notícia em termos gerais. O País se compromete frente a uma confederação internacional em investir em sua própria infra-estrutura para a realização dos jogos que tanto excitarão os brasileiros amantes de futebol em todo país.
Sem querer colocar água na cerveja de ninguém mas, em linhas específicas, geramos mas um pequeno problema para as já tensas eleições de 2010. Afinal de contas, será o governo eleito neste ano que ficará com a tarefa de “emoldurar” todo o Brasil para a realização desses jogos. Quase posso sentir o cheiro de chantagem no ar. A bolinha vai invadir as telas também das propagandas gratuitas eleitorais e, junto com ela, virão chantagens sensacionalistas de ambos os lados tentando, de alguma forma, queimar o lado opositor. Um dizendo que “precisamos continuar com o planejamento que nos valeu ser sede da Copa do Mundo”; Outro retrucando: “É esta a imagem que daremos para o restante do mundo?”.
No Fim das contas, comprime-se a propaganda governamental em 3 direções distintas: a copa do mundo, os programas sociais e o fim da corrupção. Na primeira direção, creio que a disputa se dará nos termos que coloquei acima. No segundo, teremos as mesmas demagogias de sempre que nos valeram o atual presidente da República. A terceira direção ficará ao cargo da competência de uma oposição frágil e pouco inspirada que tentará novamente contradizer, pela cabeça genial de seus mentores, as duas primeiras direções caso estas fiquem ao cargo do atual governo.
Falou-se em reformas políticas, falou-se na diminuição da tributação mas tudo isso será facilmente esquecido pela esperança de dias melhores para o nosso majestoso futebol...É possível que a maioria dos brasileiros prefiram votar nos candidatos para técnico da Seleção. Temos ou não de fazer valer a nossa democracia?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

FÁBULA DOS GATOS

Por Aristides Athayde (*)
Um fazendeiro plantava milho e o armazenava no paiol. Com o milho, o fazendeiro alimentava as galinhas, os cavalos, as vacas, e todos os outros bichos da fazenda. Os bichos da fazenda, por sua vez, garantiam ao fazendeiro o seu sustento. Os ratos insistiam em roubar o milho armazenado no paiol. Quem cuidava do paiol era um cachorro. Um cachorro preto e grande. Quem cuidava do paiol antes do cachorro cuidar do paiol era o pai do cachorro e, antes do pai do cachorro, quem cuidava do paiol era o avô do cachorro. E sempre foi assim, a família do cachorro cuidando do paiol, e não deixando que os ratos comessem todo o milho. Era um trabalho duro: os ratos não acabavam nunca e, chovesse ou fizesse sol, lá estavam para roubar uma espiga aqui, outra ali. O cachorro não tinha folga e para fazer frente à rapidez dos ratos, mantinha os músculos em forma e os reflexos ligeiros. Em compensação, o cachorro adorava o seu trabalho. Afinal, se não fosse por ele, os ratos já teriam há muito tempo comido todo o milho e acabado com a comida dos demais bichos. Em reconhecimento ao seu trabalho, a bicharada elegeu o cachorro o presidente da fazenda. E claro que o mando do presidente não era perfeito, discussões surgiam, a insatisfação aparecia. Mas, de uma coisa todos podiam ter certeza: quem trabalhasse, ganhava o seu quinhão. Um dia, apareceu na fazenda um gato. Um gato magro e bigodudo. Tão bigodudo que, se tivessem barba os gatos, esse poderia ser um gato barbudo. O cachorro, como todo cachorro que se preza, ciente da sua função e do valor do seu trabalho, latiu para o gato, quis que o gato fosse embora. O cachorro sentia que aquele bicho de ar debochado, malicioso, sem muito gosto para o trabalho, não poderia ser grande coisa. O fazendeiro não ouviu o que o cachorro quis dizer, e o gato foi ficando, foi ficando, foi ficando...
O gato, que não trabalhava (que, aliás, nunca tinha trabalhado), tinha bastante tempo para conversar com os outros bichos da fazenda. E chegava de mansinho junto da bicharada, magrinho, fraquinho, e começava a miar. Os outros bichos, muito bonzinhos, paravam para escutar o que o gato tinha para dizer: - Miau, miau, ai, ai. O que vai ser de mim. Não existe lugar nesta fazenda para um bichinho como eu, tão injustiçado, tão fraquinho! Veja, não posso trabalhar, o sistema é tão injusto! Só por que não nasci forte como o senhor, Seu Cavalo, só por que não posso dar leite como Dona Vaca, não posso trabalhar! O Seu Cachorro, o dono do poder, não avalia essas contingências históricas e me mantém mergulhado nessa penúria... - Mas, Seu Gato, e aquele trabalho que lhe ofereceram na casa, como guardião da dispensa? - Não aceitei, Seu Cavalo. Na verdade, prefiro continuar minha luta por condições mais dignas! No fim, depois de tanta ladainha, os bichos começaram a acreditar no gato. A sentir pena do gato. E o gato, que se dizia injustiçado. Que se fazia passar por vítima. Que era explorado pelo sistema e, principalmente, pelo cachorro que lhe negava tais milhos. Conquistou a simpatia dos bichos. E fez com que os bichos acreditassem que ele, tão sofrido, tão maltratado, iria garantir a todos melhores condições de vida. Tanto miou, tanto fez, que um dia os bichos revoltados com a situação de absoluta miserabilidade do gato e com a injustiça social reinante na fazenda, resolveram destituir o cachorro. E de nada adiantou o cachorro insistir que cuidar do paiol não era para qualquer um. Que ele havia treinado muito para assumir essa função. Que os ratos não eram mole, e não dariam trégua assim tão fácil.
Afastaram o cachorro e, por unanimidade, colocaram no seu lugar o gato. Os bichos sabiam que o gato dantes nunca havia trabalhado. Que não tinha sequer se preparado para assumir a função mais importante na fazenda. Mas acreditaram que o gato, por ter sofrido mais do que ninguém com a política do cachorro, traria ordem e moralidade à administração do paiol. No começo, tudo foi festa: no lombo de Seu Cavalo, viajava o gato para outros sítios e fazendas, falando sobre a sua conquista. Contava aos outros bichos que agora a fazenda vivia uma nova realidade. Tanta era a festa, tanta era a euforia, tanta era a esperança, que os bichos não perceberam que mais e mais gatos não paravam de chegar. Gatos de todos os jeitos. Gatos vindos de todas as partes. Gatos, que em comum com o gato-presidente, nunca tinham trabalhado na vida. E gato-presidente, que curiosamente chamava todos os demais gatos de companheiros, precisava arranjar uma função para essa gataiada. Então, um dia, quando Seu Cavalo apareceu para puxar o arado, percebeu que, no seu lugar, um bando de gatos ocupava os arreios. E Dona Vaca, que produzia o melhor leite da região, foi expulsa da estrebaria pelos companheiros do gato-presidente. E as galinhas, no galinheiro não moravam mais: nos poleiros, gatos e mais gatos fingiam estar botando ovos. E o gato-presidente remunerava prodigamente todos os seus companheiros. Afinal, um trabalho em prol da coletividade desempenhavam...Como era de se esperar, o gato-presidente (nunca havia trabalhado) não conseguia cuidar do paiol. Os ratos logo perceberam a situação: atacavam, como nunca haviam feito, o milho da fazenda.Tão complicada ficou a situação que o gato-presidente precisou conversar com o seu conselheiro. Um gato de óculos, que miava de um jeito esquisito, puxando demais os "erres":
- Miarr, presidente. A coisa tá feia. Em nome da governabilidade da fazenda, temos que nos aliar aos ratos! - Companheiro, os fins justificam os meios! Devemos passar aos demais bichos uma imagem de ordem e tranqüilidade! E os gatos fizeram um pacto com os ratos: os ratos fingiam que não roubavam o milho, os gatos fingiam que caçavam os ratos. Dessa forma, a bicharada acreditava que os ratos estavam sendo combatidos, e os ratos, que por baixo do pano recebiam suas espiguinhas, mantinham os gatos no poder. Entretanto, o milho foi acabando. E os bichos, que haviam acreditado na conversa do gato-presidente, com fome, começaram a ficar insatisfeitos. E foram todos reclamar com o gato-presidente. Tarde demais. O paiol já estava infestado de ratos, ratos por toda parte, ratos em tudo. Ratos e gatos, gordos, barbudos, aproveitando tranqüilamente o que havia sobrado de milho no paiol enquanto o resto da bicharada, os bichos que sabiam trabalhar, que davam duro, ficaram sem comida. Sem comida, e traídos que se sentiram, o maior tesouro de todos: a esperança de dias melhores.
(*) Aristides Athayde é advogado, professor de Direito Internacional da Faculdade de Direito de Curitiba. Mestre pela Northwestern University Chicago, Former Chairperson da Câmara de Comércio Brasil EUA (AMCHAM), Membro da Câmara de Comércio Franco Brasileira e da ICC International Chamber of Commerce.